Temperatura de Cor: O que é, Qual sua Importância e Como Escolher -

Temperatura de Cor: O que é, Qual sua Importância e Como Escolher

A temperatura de cor é basicamente uma característica da luz visível, trata-se da “aparência” da cor produzida por uma fonte de iluminação. Por definição, temperatura de cor de uma fonte de luz é a temperatura que um corpo negro irradia conforme é aquecido. Logo, a unidade de medida desta grandeza é Kelvin (K). 

Esta relação com a medição da temperatura de cor versus aquecimento do corpo negro costuma confundir as pessoas.  Alguns acham que cores mais frias possuem temperaturas mais baixas, mas é exatamente ao contrário. Por exemplo, embora a luz azul seja considerada “fria”, ela tem mais Kelvins do que a luz amarela, que é considerada “quente”. Ou seja, a temperatura de cor não tem relação com a temperatura física emitida pela fonte, ela é apenas uma aparência da luz visível.

Quanto mais alta a temperatura em kelvin, mais “clara ou fria” é a tonalidade da luz. (veja o gráfico abaixo)

A luz solar é a nossa principal fonte de luz, tendo ela como base podemos perceber que a sua temperatura sofre variações  de “cor” durante o dia.  Ao meio dia por exemplo a luz do sol é mais branca ou “fria”, tendo por volta de 5500K. Já no início da manhã e no final da tarde, a luz emitida pelo sol tem uma aparência mais “quente”, abaixo de 4k.

escala-temperatura-de-cor

fonte gráfico: lighting design lab 

Conforme mostra o gráfico acima, fontes de luz que têm “aparência” mais alaranjada estão em torno de 3500k ou menos, lâmpadas neutras ou intermediárias, variam entre 3500k a 4100k. Já lâmpadas mais “azuladas” ou frias têm 4100k ou mais de temperatura.

Quando usar temperaturas “quentes, neutras ou frias” ?

Agora que já falamos sobre as classificações da iluminação como “quentes, neutras ou frias”, vamos entender um pouco melhor em quais situações devemos usar cada uma delas.

temperatura-de-cor-quarto

(As arquitetas Bárbara Gomes e Giulliana Savioli,  criaram o Loft SP na CASACOR São Paulo, pensando em um casal urbano- Foto: Caio Amaral Falcão)

A luz tem grande influência no que chamamos de “ritmo circadiano”, também popularmente conhecido como “relógio biológico”. É o período de 24h sobre o qual se baseia o nosso organismo. Isso significa que o nosso corpo se comporta de maneiras diferentes que variam ao longo do dia – em ciclos.

Quando vai chegando o horário do pôr-do-sol – fatores como a emissão de uma “luz mais quente”, estimula a produção de melatonina, hormônio responsável, entre outras coisas,  pela regulação do sono, mostrando que o período de descanso se aproxima.

Já a luz branca ou azulada suprime a produção desse hormônio, sendo mais estimulante. Esta temperatura é de cor típica ao sol do meio-dia, um horário de alta atividade, e assim nosso organismo tende a ficar mais “atento/elétrico”, com a energia necessária para produzir e desenvolver as atividades do dia-a-dia.

É por esse motivo que pessoas tendem a assimilar os tons quentes como sendo acolhedores e os tons mais frios como excitantes. 

ciclo circadiano ilustrativo

(ilustração do ciclo circadiano: pet quimica )

Em escritórios ou hospitais, em salas de cirurgia por exemplo (locais de atividades que exigem alta atenção, produtividade e energia) o ideal é a utilização de fontes de luz  com temperaturas de cores mais frias. Ajudando a manter os profissionais desses locais “em alerta/ atenção”. Já em residências, ou hotéis e restaurantes a aplicação de temperatura de cor amarelada é indicada, com o objetivo de proporcionar ambientes mais aconchegantes e intimistas.

escritório com iluminação natural

Imagem : Lumepetro

A Iluminação e a Arquitetura

No campo da arquitetura é essencial olhar para essa característica das fontes de luz e usá-las de modo adequado para cada tipo de ambiente. Se olharmos além da estética, vamos compreender que a escolha de um determinado tipo de luz (focando principalmente na característica de temperatura de cor)  vai depender do tipo de sensação necessária a cada ambiente ou atividade.

Esta questão é tão relevante, que hoje no mercado existe uma grande oferta de produtos com diferentes temperaturas de cor na mesma luminária. Podendo ainda estar conectado com sistemas de automação, reproduzindo a tonalidade da luz no presente momento do dia. Essa ferramenta é importante considerando a arquitetura corporativa atual e a extensa jornada de trabalho comum nos escritórios das grandes cidades.

Eficiência Energética

A temperatura de cor não tem relação com o consumo de energia da fonte de luz . O que irá interferir se esta  irá consumir mais ou menos energia é a sua potência (medida em Watts) .

A quantidade de luz emitida entre as fontes, sejam elas quentes ou frias, é praticamente a mesma. Algumas pessoas podem ter a falsa percepção de que uma luz mais azulada ou branca irá iluminar mais um ambiente, mas isso é um mito. A intensidade luminosa é a mesma,  bem como a iluminância resultante de sua aplicação. Mas em termos de “luminosidade” a luz branca  exige menor “esforço” para algumas atividades que exigem mais do olho humano, como a leitura, o trabalho, e etc.

Fonte: Lighting Design Lan

Fonte Imagem Destaque: Clique Arquitetura/ Pixabay

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