ESG – O que é e qual sua importância ?
O ESG traz importantes mudanças e avanços no mundo dos investimentos. A sigla em inglês significa – Environmental, Social and Governance, em português a sigla é ASG, Ambiental, Social e Governança – temas que ganham cada vez mais espaço.
De forma simples, o ESG traz critérios que auxiliam investidores e gestores de fundos de investimentos na escolha de ativos, que vão muito além da rentabilidade. Essa escolha é determinada pelas seguintes características: empresas bem posicionadas/ avaliadas nos fatores – ESG – responsabilidade ambiental, social e governança corporativa.
Os conceitos de responsabilidade social e de sustentabilidade partem da premissa de que entidades, públicas ou privadas, assim como indivíduos, possuem compromissos com a sociedade. Tais princípios têm sido, progressivamente, consolidados no mercado de capitais. Nesse contexto, as bolsas têm sido protagonistas no desenvolvimento de ações para o aprimoramento das boas práticas de governança corporativa das companhias, no suporte à criação de novos mercados e no incremento à agenda socioambiental. ( Guia Novo Valor – B3- Sustentabilidade nas Empresas )
Vamos detalhar a seguir alguns exemplos em cada um desses critérios:
- Na área ambiental entram os aspectos que dizem respeito à sustentabilidade, preservação do meio ambiente, controles de emissão de CO², uso dos recursos naturais, eficiência energética, etc.
- Quanto ao social, são avaliados fatores como – a responsabilidade com a comunidade, o respeito ao direito dos trabalhadores, segurança do trabalho, ações e preocupação com o bem-estar e saúde dos colaboradores, programas de inclusão e diversidade.
- A governança diz respeito a questões como: transparência na prestação de contas, conselhos diversos, combate à corrupção, priorização da ética.
Cada vez mais, a sustentabilidade e rentabilidade deixam de ser questões distantes na mentalidade corporativa. O mercado financeiro reconheceu a importância de nesse momento e daqui pra frente, valorizar empresas que praticam a responsabilidade ambiental e social.
Essas preocupações estão presentes nos diversos mercados e com a construção civil não seria diferente. Segundo o GBC, “Prédios sustentáveis com certificação LEED, a mais usada do mundo, conseguem reduzir em média 40% o consumo de água, 30% o de energia elétrica, 35% a emissão de dióxido de carbono e 65% a geração de resíduos, além de se preocupar com uma série de questões sociais também.” (Fonte: GBC)
Histórico dos Índices de Sustentabilidade e Responsabilidade Social no Mercado Investidor
Apesar de estar em alta recentemente, o ESG não é novidade. Ao longo dos anos, desde 1950, foram criados índices e medidas com o objetivo de estimular o investimento responsável.
- Em meados de 1950 e 1960 investidores norte-americanos e europeus excluíam empresas envolvidas com a discriminação racial (apartheid) na África do Sul.
- Nos anos 80 surge a abordagem best-in-class, em que filtros são aplicados para melhorar a distribuição setorial. Nesse período práticas ativistas dão lugar à sustentabilidade e diálogo entre acionistas.
- Em 1999 foi criado o índice Down Jones de Sustentabilidade na bolsa de Nova York, o primeiro índice global a acompanhar o desempenho financeiro de empresas com responsabilidade ambiental.
- Nos anos 2000 surgem novos índices seguindo essa tendência, aqui no Brasil em 2005 foi criado o ISE- índice de sustentabilidade empresarial para estimular o desenvolvimento sustentável e a responsabilidade socioambiental de empresas.
- Em 2010, na Europa e nos EUA, mais 20% dos investimentos incluem responsabilidade socioambiental.
- Em 2016, o acordo de Paris, assinado por 195 países estabelecem o investimento anual de U$ 110 bilhões em medidas de combate às mudanças climáticas. (Informações B3)
( Gráfico – Evolução das Empresas no tema – Sustentabilidade – Fonte: Guia Novo Valor B3)
ESG e a construção civil
A construção civil gera grande impacto no meio ambiente. Um estudo do Chartered Institute of Building, afirma que os ambientes construídos correspondem, sozinhos, a 30% da emissão de gases do efeito estufa. (Fonte: GBC)
O ESG possui cada vez mais influência nos investimentos da área da construção civil. Ao construir, a sustentabilidade é uma preocupação necessária e obrigatória para aqueles que não queiram ficar pra trás diante das mudanças e evoluções do mercado.
O
ESG de empresas de incorporação e construção civil passa necessariamente pela produção de
edifícios mais sustentáveis. E a melhor forma de comunicar isso ao mercado é através das
certificações ambientais.
O caminho mais pragmático e com enorme potencial de aplicação em larga escala é a
certificação EDGE. Com reconhecimento internacional, o sistema foi criado pelo IFC – Internacional Finance Corporation do Banco Mundial, com o intuito de tornar mais sustentável o mercado da construção civil em países em desenvolvimento. O EDGE já é bastante difundido na América Latina, e no Brasil começa a ganhar sinais de tração bastante significativos.
A busca pela sustentabilidade já é realidade e deve fazer parte das suas preocupações ao projetar, seja você arquiteto ou incorporador. Caso queira entender como aplicar estratégias sustentáveis ou saber mais sobre as
certificações ambientais,
entre em contato com a gente.
Leia também: O retorno financeiro de edifícios sustentáveis.
Imagem Destaque – Aeroporto de Florianópolis – Cliente: Racional Engenharia/ Zurich Airports – Arquitetura:Biseli Katchborian Arquitetos – Serviços Ca2: Conforto Ambiental e simulações computacionais