Vidros de controle solar, quando combinados com elementos de sombreadores externos, são alternativas recomendadas para edifícios que almejam um bom equilíbrio entre as variáveis de energia, conforto ambiental e luz natural.
Você sabe o que são vidros laminados? Ou sabe o quanto de calor e luz passam por esse tipo de vidro?
Leia o nosso artigo abaixo e confira como vidros laminados se comportam em termos de controle de calor, luz natural e em que situação de projeto você deve usá-lo.
Para iniciar o assunto e entender a composição de um vidro, nós precisamos falar primeiramente sobre o funcionamento de um vidro comum. Como exemplo, usaremos um vidro monolítico (vidro comum e transparente) de cerca de 3 mm.
Esse tipo de vidro simples, sem tecnologias de controle solar, deixa muita luz natural e muito calor passar para o ambiente interno.
De toda a radiação que incide sobre o vidro, uma parte dela é refletida e essa reflexão corresponde a cerca de 8% do total de radiação. Uma outra parcela dessa radiação passa por transmissão direta (ou transmissão primária). No vidro comum, essa radiação primária corresponde a cerca de 83% da radiação total que incide do lado de fora da fachada.
Quando somamos a radiação do que foi refletido e a radiação que passou por transmissão direta, não chegamos ao valor de 100%. Isso ocorre porque uma outra parte da radiação foi absorvida pela massa do vidro, desta parte, uma parcela é re-irradiada para o lado de fora (reflexão secundária) e outra parte é re-irradiada para dentro (transmissão secundária). Quando somamos a transmissão direta (primária) com a secundária, chegamos a cerca de 86% – isso é o que chamamos de fator solar do vidro.
Logo, no caso de um vidro comum, monolítico, transparente, o fator solar é 86%. Ou seja, de toda a radiação que incide do lado de fora do vidro, 86% passa para o lado interno.
Há também o que chamamos de transmitância luminosa – essa parte corresponde a parcela de luz que o vidro deixará passar (aproximadamente 88% em um vidro simples).
Sobre o conceito de condutância térmica, quanto maior o nível ou valor de condutância, mais calor o vidro conduz para dentro. Isso significa que o elemento tem menor propriedade de isolamento térmico. Um vidro precisa ter baixo valor de condutância, para que ele tenha melhor desempenho ou isolamento térmico. No vidro comum, esse valor de condutância (U-value) é de cerca de 5,8 W/m². k (kelvin).
Saiba mais sobre condutância térmica neste artigo.
Um vidro laminado é uma composição de dois vidros comuns unidos por uma película plástica chamada PVB. Ele é seguro, caso o vidro quebre, os cacos ficam agregados a esse PVB e não se dispersam.
O PVB torna o vidro mais seguro, mas também é capaz de bloquear cerca de 99% da radiação ultravioleta. Essa é a radiação responsável por causar manchas em móveis e tecidos.
Quando utilizados os vidros laminados em residências, o ambiente fica protegido dessa “descoloração” causada pela radiação. O PVB também é bom para a acústica nos ambientes, pois essa lâmina entre os vidros “amortece” as ondas sonoras e por consequência reduz a passagem do som.
Esse tipo de vidro também tem uma certa redução no fator solar ( cerca de 75 a 76%). A transmitância luminosa também sofre redução, apresentando um valor de cerca de 83%. Já a condutância térmica, fica em cerca de 5,3 W/m². k.
Uma solução excelente solução para controle de radiação é a utilização da tecnologia “low-e” (baixa emissividade).
O Low-e é uma camada extra fina metálica aplicada em uma das faces do vidro. O low-e é capaz de reduzir a passagem de radiação infravermelha para o interior dos ambientes, ou seja, ele absorve mais radiação do que um vidro que não tem essa tecnologia.
O grande benefício do low-e é que você consegue utilizar a tecnologia em um vidro laminado e assim proporcionar muito mais controle solar. O fator solar também é bastante reduzido.
É importante mencionar que o low-e é uma camada aplicada durante a fabricação do vidro, não sendo possível aplicá-la em etapas posteriores.
Fonte da Ilustração: https://www.anavidro.com.br/o-que-e-vidro-low-e-2/
O grande problema de baixar muito o valor de fator solar, é que a transmitância luminosa não acompanha essa redução. Um fator solar de por exemplo 20%, terá uma transmitância luminosa entre 15% e 18% . Ou seja 15% da luz natural que incide vai passar para dentro e assim você terá como resultado ambientes muito escuros.
Se por um lado há o controle da radiação, por outro a luz natural ficará prejudicada. Já a condutância no caso de um vidro laminado low-e não muda tanto: 5 W/m². k (Kelvin)
O vidro laminado low-e é muito utilizado em edifícios corporativos aqui no Brasil.
No entanto, é importante ressaltar que para o nosso clima, a radiação é tão intensa, que usar apenas a tecnologia low-e, não é suficiente para controlar a radiação solar. É necessário trabalhar em conjunto com algum outro elemento de sombreamento como brises, cobogós ou beirais.
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Veja o vídeo no canal sobre vidros de controle solar:
Fonte Imagem Destaque: Archglass